Crônica | Essa tal Lei de Murphy

 


Por Thaisa Lima

Recebi um convite para participar de um podcast. Me enviaram as perguntas e eu precisava enviar as respostas em áudio. Tudo estava silencioso quando decidi gravar.

Peguei o celular, pluguei o microfone, conferi se o som estava sem ruídos e apertei o Rec. 

Ao pronunciar as primeiras palavras…

Maria ligou o liquidificador; o Vizinho começou a ouvir som alto; bateram no portão e os cachorros saíram em disparada, latindo. Cancelei a gravação e esperei. Silêncio novamente. Tentei mais uma vez gravar. Quando apertei o Rec, o som do vizinho ficou ainda mais alto. Suspirando, desisti, por hora.

No outro dia, a casa amanheceu silenciosa. Resolvi fazer mais uma tentativa. Pluguei o microfone no celular, me ajeitei no sofá, desliguei o ventilador para não fazer ruídos e apertei o Rec.

 Na época que surgiu a proposta do livro eu estava debatendo com amigas …

Os cachorros, que antes estavam dormindo, ouviram folhas caindo e saíram latindo, desembestados, para o jardim. Na praça aqui de frente: caixas de som sendo testadas, barulho de estática, início de cantoria e pregação de domingo.

Algazarra novamente. Constatei, contrariada, que a lei de Murphy é muito real.  Só consegui gravar as perguntas horas depois. Felizmente, após várias tentativas, tudo acabou dando certo.

Imagem de Christian West por Pixabay

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