O camundongo
Por Thaisa Lima
Encontrei um ratinho se afogando num balde, em meu quintal. Dentro do balde havia uma mistura de água com água sanitária. Ele estava exausto, prestes a perecer. Quando me viu, quase aceitou o destino de morte certa.
Olhei sem saber o que fazer.
Ele arfava, lutava pela vida, erguia as mãozinhas implorando por socorro. O desespero do bichinho me comoveu. Catei um pote de margarina velho e o tirei do balde. Seus pezinhos se agarraram àquilo como um bote de salvação (o que realmente era), e ele me olhou, esticando um minúsculo bracinho, em agradecimento.
Soltei o pobrezinho na rua, perto de uma boca de lobo.
Dois dias depois…
3:00h
Encontrei o “afogado” passeando na cozinha. Meus cachorros não viram.
Ele correu quando me viu, passou pela fresta da porta e sumiu na escuridão da madrugada.
Três madrugadas depois…
3:30h
Acordei para beber água. Tica e Arita descobriram a existência do rato.
Acabou o sossego do roedor e o meu também. Vi o dia clarear…
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