Troca de olhares

 


Troca de Olhares

Por Thaisa Lima

Ela me encarava com olhos suplicantes. 

A alma rasgada, sangrava. 

Singrando, queimava. 

Calando, amava.

Suas órbitas, uma imensidão negra, tão profundas, oscilavam inseguras; refletiam o passado, as dores, os dissabores, os ex-amores… 

Íris oníricas, esperando, suspirando, ansiando, por um alguém ausente. 

A menina dilatada, era janela para seu interior tempestuoso. Ela ardia e pulsava, dilacerada; se reconstruindo, fluía…   

Mergulhava, sufocava, morria.

E renascia… reerguendo, se reconstruindo. No processo, perdia pedaços. Tornou-se uma exímia escultora de cacos quebrados. 

Remendada, sente-se como um Frankenstein.

Na nossa troca de olhares, lhe mostrei que ela é a cinza, e nós duas, somos a Fênix.

Imagem de Pexels por Pixabay

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