Troca de Olhares
Por Thaisa Lima
Ela me encarava com olhos suplicantes.
A alma rasgada, sangrava.
Singrando, queimava.
Calando, amava.
Suas órbitas, uma imensidão negra, tão profundas, oscilavam inseguras; refletiam o passado, as dores, os dissabores, os ex-amores…
Íris oníricas, esperando, suspirando, ansiando, por um alguém ausente.
A menina dilatada, era janela para seu interior tempestuoso. Ela ardia e pulsava, dilacerada; se reconstruindo, fluía…
Mergulhava, sufocava, morria.
E renascia… reerguendo, se reconstruindo. No processo, perdia pedaços. Tornou-se uma exímia escultora de cacos quebrados.
Remendada, sente-se como um Frankenstein.
Na nossa troca de olhares, lhe mostrei que ela é a cinza, e nós duas, somos a Fênix.
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